domingo, 26 de abril de 2009

Infância Perdida

Seus pais vão se separar e ela sabe. A melhor amiga de sua irmã nunca será ela (embora a recíproca não seja verdadeira), e ela sabe. Não se deve brincar com fugitivos de hospício e ela sabe. A vida não vale a pena - e ela muito bem o sabe. Elisabeth tem apenas dez anos.

"Eu me chamo Elisabeth" (Je m'apelle Elisabeth, FR, 2006) , do diretor Jean-Pierre Améris, como todo bom cinema francês, explora a profundidade dos sentimentos e relações inter e intrapessoais - profundidade seria eufemismo, leia-se: abismo. Com bela fotografia e excelentes atuações, o filme conta a história de Elisabeth que, perdida no rumo que toma sua dinâmica familiar, refugia e torna-se amiga de um interno do hospício que seu pai dirige.

O filme é inesperado por não dar à protagonista mirim a excessiva ingenuidade que os filmes protagonizados por crianças costumam ter; entretanto, ele dança na corda bamba da verossimilhança. Apesar disso, Alba Bellugi dá à sua personagem toda a seriedade que o filme demanda, ou até mais. O elenco também conta com a participação de Maria de Medeiros, atriz portuguesa que já atuou no filme brasileiro "O Xangô de Baker Street" e Yolande Moreau, de "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain".

Você pode até sair do com a frase "Isso é impossível!" na cabeça, mas não sem uma lágrima no canto do olho. Até a seriedade de Elisabeth nos lembra que, afinal, somos apenas crianças que cresceram demais - e pensaram de menos.

 
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