segunda-feira, 22 de junho de 2009

Minha vida de fanática


Quem me conhece, sabe: sou uma fanática compulsiva. Por muitas coisas. Daquelas histéricas e malucas, que gastam dinheiro com revistas, ficam espremidas em grades gritando e tirando fotos, assistem a algo deplorável como o TV Fama só porque soube que uma matéria daquele artista vai passar, que visita site de fã clube todo dia e tem vontade de esganar quem ousa desautorizar seu ídolo na sua frente. Nada de anormal se eu não fosse uma aluna de Jornalismo da USP. Como ouso gastar tempo com essas futilidades???

Para quem ainda duvida, eis a lista de alguns alvos de meu fanatismo durante esses 20 anos de vida:

- Spice Girls (alguém não se lembra?)
- Gustavo Kuerten
- Corinthians
- Harry Potter
- Coldplay
- Friends
- Alias (um seriado feito por um dos criadores do Lost)
- BBB, especialmente o vencedor da última edição

Talvez, por ser uma pessoa que sempre gostou muito de esporte, o fanatismo seja algo tão natural para mim. Sei que poderia dedicar esse tempo a coisas muito mais frutíferas para o meu pensamento, como filmes, livros e até uma boa conversa. Também sei que muito provavelmente o Guga jamais saberá da minha existência e não faz a menor questão da minha admiração. Mas não me importa. Eu o conheço, gosto muito dele, e isso basta.

Mas não seria questionável até que ponto eu conheço essas pessoas, afinal, tudo são imagens e representação, não é mesmo? Talvez. Porém, a indústria do entretenimento sabe disso e não dá uma folga para os ídolos. Eles são filmados 24 horas por dia. Em um dos meus VHS das Spice Girls, aparece um tímido e triste David Beckham encabulado com o fato de uma câmera captar o seu encontro com a namorada Victoria num camarim depois da derrota na Copa de 1998. Será que ele estava atuando? Será que estão todos eles estão atuando sempre e nos enganando?

Bom, se há uma perda de tempo nessa vida é acompanhar o Big Brother. Eu sei que vocês não querem, meus amigos Jormats, mas, se quiserem, não façam. Eu conto para vocês que é preciso um muitas horas e dias até perceber que desconfiamos muito da “atuação” das pessoas. Se eles realmente são personagens pré-fabricados todo o tempo durante três meses, a capacidade do ser humano de se tornar outro é maior do que eu imaginava. E talvez seja mesmo. A ganância de vencer o programa pode mover os participantes e manipular o público. Mas eu penso: quantas vezes eu já não fiz isso em minha vida, com meus conhecidos? Tinha um objetivo, e dizia certas coisas e fazia outras que não são naturais, mas me ajudaram a chegar onde queria. Só os ídolos são uma ilusão?

Na verdade, o que realmente você deve estar se perguntando agora é: Sheiloka, você não teve vida própria durante todo esse tempo? Bom, relembrando minha vida social, devo admitir que você tem uma certa razão. Mas isso não me impediu de ter objetivos como passar na USP (algo que poucos além da minha família acreditavam que eu pudesse fazer) e batalhar até realizá-los. Tenho amigos, excelente família, teto, roupa lavada, certeza de onde quero trabalhar, enfim, não tenho do que reclamar. Estou muito satisfeita com o “pouco” que sobra da minha vida própria. Enquanto ainda conseguir e não tiver vergonha de acreditar em ilusões, vou levando minha vida de fanática.
People, podem dar pitaco à vonts... Mas esse não é meu texto do trabalho final. Este vocês verão ainda nessa semana.

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