sexta-feira, 26 de junho de 2009

O sonho, a guerra, a Valsa


Em uma noite num bar, o velho amigo lhe conta sobre um pesadelo recorrente, no qual 26 cachorros ferozes o perseguem. Toda noite, as mesmas bestas, o mesmo número. Os dois concluem que o pesadelo tem conexão com a missão que eles prestaram ao Exército de Israel na Primeira Guerra do Líbano.

Ari surpreende-se por não conseguir se lembrar de nada sobre esse período de sua vida. Sai, então, na busca de seus elos com esse passado: reencontra e entrevista amigos e companheiros de guerra, que fazem sua memória desenterrar imagens surreiais desse período e que provocam discussões sobre os efeitos dramáticos da guerra para o indivíduo.

O cineasta israelense Ari Folman, em seu novo filme,Valsa com Bashir (2008), protagoniza uma busca pela memória perdida de seus dias na Primeira Guerra do Líbano, construindo uma história em volta de sua incapacidade de contar as experiências que viveu.

Dentro dessa metalinguagem, o espector é provocado pelos formatos do filme: Valsa com Bashir, uma narrativa ficcional baseada em fatos reais, não somente usa técnicas de documentário (entrevistas, legendas, especialistas), como também é uma animação. Uma animação com efeitos de fotografia e uma trilha sonora que seriam impactantes até em película. Dentre as fotografias, impressionam os desenhos dos planos abertos da capital libanesa Beirute, sitiada em 1982.

A estética do desenho animado prevalece, mas não isenta quem assiste de se perguntar: “Mas será que isso aconteceu mesmo?”.

Valsa com Bashir, o vencedor de melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro se agarra na busca dessa verdade perdida, construindo uma história que consegue se comunicar profundamente com o espectador e sensibilizá-lo, nas linhas do universo 3D, para uma realidade política e humana que vivemos.

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